Um par de anos antes da virada do século, um punhado de fazendeiros brasileiros limpou campos e plantou pequenas áreas de oliveiras. Os resultados foram impressionantes e a Serra da Mantiqueira se tornou o novo queridinho do Brasil.
Minas Gerais, um estado no sudeste do Brasil, já experimentou uma impetuosa corrida do ouro que durou desde o período colonial português até bem depois que o Brasil conquistou sua independência.
Embora a troca de poder tenha sido envolta em contradições, a extração de ouro continuou a enriquecer a monarquia constitucional recém-formada e a adicionar opulência a cidades históricas como Ouro Preto, Congonhas e São João del-Rei.
Inúmeras igrejas exibindo estilos barrocos próprios da região foram projetadas e, muitas vezes, esculpidas por um arquiteto aleijado conhecido como Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa). Embora as igrejas ainda existam hoje, como a Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Minas Gerais, os dias da corrida do ouro são coisa do passado.
Hoje em dia, escondido na pequena cidade de Andradas, no sul do país, um punhado de olivicultores se reuniram na Serra da Mantiqueira para extrair o recém-descoberto brasileiro líquido ouro - azeite virgem extra.
Nos 1950s, o cultivo de azeitonas no Brasil criou raízes, não na Serra da Mantqueira, mas nas áreas rurais ao redor das cidades de Campos do Jordão (São Paulo) e Uruguaiana (Rio Grande do Sul). O projeto resultou em nada mais que um crescimento excessivo de ervas daninhas e mato seco. A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) recuperou as últimas sementes de azeitona restantes e conduziu pesquisas para identificar um local adequado para o cultivo das azeitonas. A Serra da Mantiqueira foi selecionada.
Alguns anos antes da virada do século, um punhado de fazendeiros limpou campos e plantou pequenas áreas de oliveiras. Os resultados foram impressionantes e a Serra da Mantiqueira se tornou a nova região de azeite do Brasil.
A Serra da Mantiqueira abriga modestas 8,000 oliveiras ao longo de sua paisagem de morros em cascata. É apenas a quinta colheita comercial de azeite de oliva extra virgem da região, um produto local que pode, no entanto, superar a concorrência de grandes marcas importadas por sua pronta entrega ao mercado e frescor.
Pequenas, porém precisas, máquinas de extração importadas da Itália executam a tarefa de converter azeitonas recém colhidas em ouro líquido extra virgem. "Este ano aprendemos como realmente ajustar a máquina e a produtividade aumentou muito. Isso ajudou a compensar as dificuldades da colheita deste ano, que foi muito prejudicada pelo excesso de chuvas e um inverno muito mais quente ”, explica Carla Retuci, produtora de Azeite Borriello.
Atualmente, mais de marcas de azeite extra virgem artesanal 15 são produzidas na Serra da Mantiqueira com a ajuda da tecnologia desenvolvida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG).
Sete anos após o primeiro teste de extração de azeite na região, cerca de 25,000 litros de azeite agora são produzidos anualmente, tornando a Serra da Mantiqueira um pequeno, mas crescente, epicentro da florescente indústria de azeite do Brasil.
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